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sábado, 10 de janeiro de 2009

O Magnata

O filme, que demorou quatro anos para ficar pronto assinado pelo pseudo bad boy Chorão e estrelado pelo canastra Paulo Vilhena, não poderia mesmo dar grande coisa. Apesar de que o trailer quando o vi, até que continha alguns momentos interessantes.

Para começar, o roteiro foi escrito em um dialeto diferente. A história é péssima, sem pé nem cabeça do tipo caça níquel. “O Magnata” acompanha quatro dias na vida de Magnata um jovem astro imbecil do rock, que passa a maior parte do seu tempo se drogando, roubando, transando e maltratando as pessoas. A explicação para tal comportamento é a mais clichê e previsível de todas: seu pai morreu e sua mãe é uma alcóolatra. Ou seja, do ignóbil que consegue subir na vida e que não sabe lidar com o dinheiro e com a fama, aprendendo que na verdade, o amor é o que realmente importa nessa vida, tá ligado, eu sou bicho, toda patricinha adora um vagabundo e coisa e tal? Coisas que o Chorão martela nos nossos pobres ouvidos desde o surgimento da “banda” longínquos 10 anos atrás.

A trilha sonora também é muito fraca e, por muitas vezes, não conseguimos entender nada que está sendo cantado. Juntando tanta coisa ruim, o filme parece existir para mostrar aos espectadores a pista de skate do Chorão, o próprio, um show do Charlie Brown Jr. e algumas bandinhas que, provavelmente, são agenciadas pelo cantor; puro narcisismo!

Já que o filme não tem nada de bom, vou falar do pior momento de todos. Enquanto fuma maconha com sua namoradinha e conversa com ela sobre extraterrestres, ele conta que conheceu o rei dos ETs. O corte de cena é feito e, de repente, uma animação em 3D toma conta da tela. Nela, uma limosine branca vem descendo do céu e aterrissa na piscina. De dentro sai o Marcelo D2, acompanhado de duas mulheres. Muito ruim! Para piorar a situação a consciência do Magnata aparece sempre em seqüências sem que e nem porquê, para justificar aquelas "sacadas geniais" do diretor que nunca têm nada demais.

O negócio é o seguinte: todo mundo sabe que o cinema brasileiro, por absoluta falta de condições financeiras, técnicas e logísticas (falta de estúdios apropriados e tudo mais), gera um número altíssimo de produções abaixo de qualquer tipo de crítica. Lógico que isso não é uma generalização estúpida, ainda somos capazes de produzir os Cidades de Deus e os Tropas de Elite da vida para livrarmos a nossa cara, mas chuto sem medo de errar que mais de dois terços dos filmes lançados nos nossos cinemas são medonhos. Resumindo, são filmes que não mereciam nem existir. Como esse exemplar que só serve para manchar mais o nome do cinema nacional.


sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Cotas Raciais

Passar por cima dos problemas socias com esse sistema de cotas só fazem nutrir as discriminações. Pois essa conversa de dívida histórica não procede.Assim como existem negros “pobres”, também existem brancos, índios, pardos, todos “pobres”. Se o principal motivo das cotas fosse à dívida histórica, seria então válido dar cotas para os judeus? Pois desde a época do Império Romano, são perseguidos, sofreram com o Holocausto na 2ª Guerra e ainda hoje sofrem com grupos neonazistas. Cotas raciais é a legalização de um segundo Apartheid. Pura segregação. De forma inversa ou não. Mas o que realmente importa é a colocação em nichos separando os Negros dos Brancos.

O importante mesmo é fortalecer a educação básica, só assim poderemos reverter essa situação crítica do ensino público no Brasil, uma educação de alto nível e aí sim somente os mais preparados terão acesso a universidade, independente da raça e/ou condição social e não tapa-buracos. E dividir o país entre brancos e negros não é a melhor forma para se resolver o problema da desigualdade racial. O problema é que o Brasil é o país do CONCERTAR e não o do CRIAR como deveria ser; e o governo mais uma vez teve uma idéia infeliz; tapar o sol com a peneira.

Cabe aos favorecidos se indignarem com esta esmola e dizer NÃO a esta palhaçada. A inteligência, a capacidade, não é medida pela cor da pele! Pois essa atitude do governo se resume em um vergonhoso e arbitrário e racista sistema de benefícios.



E criticar cotistas não resolve o problema. Temos que mirar no alvo que pode reverter à situação. Nossos representantes.Nós brasileiros, temos esse péssimo hábito de cruzarmos os braços pra tudo. Até quando vamos engolir as injustiças desse país pra não termos trabalho? Tomemos como exemplo aqueles jovens franceses que conseguiram se fazer serem ouvidos. Nós podemos mudar as coisas sim! Não só podemos como é nosso dever lutar por um país mais justo.Muitas pessoas também já são contra, inclusive, alguns grupos já estão se mobilizando. Vamos protestar de forma inteligente e pacifica.


quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Eterno conflito?

As rápidas mudanças de tecnologia, social e de comportamento estão aumentando o distanciamento entre as gerações. O outro, ou seja, o membro de outra geração torna-se cada vez mais distante e mais estranho e somos intolerantes ao diferente e o desconhecido, sendo que essa rejeição está em nossa essência.

Novas tecnologias em geral instauraram uma nova forma de vida na sociedade, onde se é valorizado o individualismo. E é evidente que está em um formato diferente que, pais de jovens e crianças, vivenciaram. As novas tecnologias são formadoras de redes sociais de relacionamento; novas formas de comunicação e de consumo da informação.

Formas, que os de gerações passadas não estão acostumados, e não concordam, e sentem algum tipo de dificuldade para se adaptarem a essa tecnologia de comunicação. Ficam surpresos ao ver que os mais jovens nunca viram uma vitrola, que não sabem o que é um LP, que nunca viram um telefone de discar, que não fazem idéia de quem foi Noel Rosa, e entre outros cantores que todos nós deveríamos conhecer, e que marcaram uma época/ uma geração. Para os mais jovens, sobra um sentimento de não obrigação de ter familiaridade com objetos que não estão mais em uso e nem serventia, e não entendem mais as letras das “músicas antigas”, pois se deram em outro contexto.

Não há mais a idéia de que os de gerações passadas, têm toda uma experiência de vida acumulada e um maior conhecimento; o que gera outro motivo de conflitos. Há alguns anos, a imagem do chefe era a de um senhor, com mais idade e experiência, que liderava jovens com vontade de aprender. Hoje, devido às novas tecnologias e a outras mudanças no mercado de trabalho, essa realidade se modificou e não é raro os mais velhos serem chefiados por pessoas mais novas. Para alguns, a troca é benéfica e enriquecedora. Para outros, motivo de conflitos.



Aí vai uma tirinha para vocês.








E respondendo ao meme recebido por Oitentando.


As regras são:


1. Linkar a pessoa que te indicou.


2. Escrever as regras do meme em seu blog.


3. Contar 6 coisas aleatórias sobre você.


4. Indique mais 6 pessoas e coloque os links no final do post.


5. Deixe a pessoa saber que você a indicou, deixando um comentário para ela.



As seis coisas sobre mim:


1. Adoro-viciada-doidinha por uma polêmica.


2. Amo viajar, um dia quem sabe eu não faço um mochilão. Quem sabe!


3. Gosto de conhecer pessoas novas! Tipo ir em um bar sem ninguém conhecido, e no final chega um sujeito me pede um cigarro ou o isqueiro, vê que estou sozinha e me chama para jogar uma sinuquinha com os seus amigos. Não há nada melhor! Cenas assim ocorrem freqüentemente comigo; minha vida é uma novela.


4. Cerveja! Nem há necessidade de falar muita coisa.


5. Uma boa música.


6. Ler um bom livro.

Indicações:

Bruno Upload

Aquarela na sete colinas

Um pouco de Rafa

Teu Cu Lazarento

Mundo Besteirol

Euforia Melancolica




Selo dos ganhadores:


(Peguem aqui!!)





quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Racismo e Teste de coeficiente

Ao ler um artigo no UOL, onde Nobel James Watson se defende das acusações de ser racista [ http://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2007/10/19/ult1809u13326.jhtm ], resolvi elaborar um texto com a minha opinião sobre tal assunto:


Pesquisas com “raças” não fazem diferença, e só respaldam alegações racistas, pois somos uma única espécie Homo Sapiens, o que faz variar o quoeficiente de inteligência são nossas experiências, uma boa nutrição, um ambiente enriquecido, acesso a educação e dentre outros fatores.

Desde muito tempo a ciência tenta mostrar a superioridade de alguns sobre outros, com teorias absurdas de evolução; e de quem está mais próximo de seu ancestral o homem primitivo. Dividindo nossa espécie em varias raças ou subespécies tendo até mesmo uma classificação específica. Sendo assim somos divididos pela cor de pele, sistema imunológico, cultural, fisiológico, anatômico e psicológico.

Testes de inteligência são usados para explicar um sistema falho, onde as diferenças sociais influenciam no “conhecimento”, comparar à África um continente que sofreu uma colonização brutal e que sofre com problemas seriíssimos com a Europa que é uma grande potência mundial, comparar “inteligência” de pessoas de classes elevadas com as dos subúrbios, sendo que em sua maioria é composta por negros.

Gerando todo tipo de Intolerância: racismo, a Intolerância Religiosa, a Xenofobia, a Homofobia, o Neo-Nazismo; enfim todo tipo de preconceito em seu sentido mais amplo.

Sendo assim esse tipo de discussão sempre existiu e sempre irá existir, desde o surgimento do homem, pois a intolerância ao diferente sempre foi uma característica humana. O que gerou/gera vários problemas como colonização, escravidão, guerras...




terça-feira, 6 de janeiro de 2009


Ao ver o filme Laranja mecânica pela milésima vez, resolvi elaborar um texto que tem como objetivo interpretar o filme Laranja Mecânica de Stanley Kubrick a partir do ponto de vista de dois textos de Freud: O problema econômico do masoquismo e O mal-estar na civilização. Antes de partir para a análise do filme, no entanto, introduzirei a atmosfera em que este se dá.
O filme descreve a trajetória de Alex, líder de uma gangue de criminosos, cujo objetivo é simplesmente subverter a ordem e causar dor e sofrimento às vítimas de suas atrocidades. Alex, imerso em uma satisfação auto-erótica, comete diversos crimes, como estupro e assassinato, até ser preso e participar de uma experiência científica que anula a possibilidade do extravasamento das pulsões agressivas, aniquilando concomitante a isso também sua subjetividade. Ao ser agredido por uma de suas vítimas, o personagem se joga de uma janela no intuito de acabar com seu mal-estar.
Logo na abertura do filme um diálogo entre um mendigo, prestes a ser espancado, e o líder perverso de uma gangue nos chama atenção. O mendigo diz não se importar com a violência dirigida a ele, pois não quer mais viver nesse mundo, que ele mesmo denomina fedorento. Ao ser perguntado a respeito do que há de fedorento no mundo ele diz que este fede porque a lei e a ordem não existem mais, afirmando que desde que o homem foi à lua e passou a girar ao redor da terra não se preocupa mais com a lei terrena.
Na fala do mendigo está presente uma articulação entre a modernidade e os avanços tecnológicos e a inexistência da lei e da ordem. A lei como limite simbólico era encarnado para Freud na figura do pai, responsável por barrar e impor um limite à satisfação imediata das pulsões. Mas, em uma sociedade cujo tecido social está baseado e orientado pela perspectiva científica: “posso tudo”, não há mais lei que possa impedir o movimento narcíseo dos personagens da gangue.
Assim, se a entrada na cultura marca para Freud a renúncia às pulsões sexuais, como fazer em uma cultura cujo discurso é sustentado pela falta de limite? No decorrer do filme assistiremos o reflexo catastrófico de uma cultura perversa tanto a nível individual quanto nas diversas esferas do âmbito social, como no sistema prisional, na religião, na política e na experiência científica de condicionamento respondente.
Comecemos pelo sistema prisional. Na lógica totalitária da prisão todos os indivíduos precisam obedecer cegamente à ordem de seus superiores, não restando o mínimo espaço para a diferença. Na tentativa de garantir a ordem, as pulsões agressivas são suprimidas, a fim de homogeneizar e igualar o máximo possível todos os indivíduos desse grupo. A homogeneização dos sujeitos é feita pela pulsão de vida, que investindo libido nos objetos do mundo tece uma rede que conecta todos os seres.
No entanto, Freud nos alerta que não há como acabar com as pulsões agressivas, a não ser na morte, e que a repressão destas sem nenhuma ou com pouca elaboração pode proporcionar a criação de um superego tirânico. Ou seja, não havendo expressão no mundo externo, as pulsões agressivas retornam contra o próprio ego do sujeito mediante a ação do superego.
O sistema prisional marcado fortemente pela repressão intensa das pulsões agressivas se vale ainda de um outro artifício, não menos repressivo e alienante, a religião. Nas palavras do padre: “... vão dar ouvidos à palavra divina e se dar conta das punições que esperam o pecador impenitente no outro mundo, assim como neste? ... pois eu conheço provas irrefutáveis de que o inferno existe.”
É evidente nas palavras do padre o tom de apelo à tortura, a punição e a dor como formas de combater a pulsão de morte inerente a todos os sujeitos. Nesse caso, a renúncia das pulsões é justificada pela existência de um além- mundo, o inferno, em que os criminosos estariam sujeitos a toda sorte de infortúnios.
Mas, abraçar a religião, nesse sentido, implica na anulação das diferenças, e, consequentemente, no apagamento da subjetividade e singularidade de cada um, já que a renúncia da pulsão de morte, responsável pelo desprendimento de libido dos objetos também resguarda a possibilidade da diferença entre os sujeitos. É por isso que para Freud, o preço que se paga pela religião é sempre, em algum nível, a alienação. Tal afirmação é revelada de forma transparente na canção religiosa que os presos são obrigados a aprender: “Eu não amava o rebanho, não amava a voz do meu pastor, não queria ser controlado.”
A formação do rebanho e a escuta obediente da voz do pastor, encarnado no lugar de Outro, não pode vir sem uma grande parcela de alienação, restando ao indivíduo não o lugar de sujeito, mas de objeto manipulado e controlado (não sem o seu consentimento). Nesse movimento, os sujeitos transferem o poder de decisão ao pastor, eximindo-se de responsabilidade por suas próprias escolhas.
Todavia, para nosso personagem perverso a alienação na religião não é uma escolha possível, sendo sua dedicação aos cultos e a leitura bíblica apenas um atalho para a conquista da liberdade. A possibilidade de se ver livre para perpetuar seus atos criminosos surge quando Alex decide se submeter a uma experiência científica, cujo objetivo é anular, através do condicionamento respondente, o impulso à violência e a agressão.
No programa de recuperação de criminosos, Alex é induzido, por efeito de drogas, a sentir-se mal quando submetido à visão de cenas de violência. É nítido o mal-estar e o sofrimento ao qual Alex é infligido a partir do experimento (o qual, diga-se de passagem, também é bastante perverso), mas, mesmo assim, os cientistas estão convictos de que podem, mediante um experimento controlado, trazer a cura para a criminalidade.
Dessa situação podemos depreender a postura onipotente da ciência, que, não reconhecendo o seu próprio limite, alcança o auge de toda agressividade possível: acabar com toda agressividade.
O experimento ao qual Alex foi submetido é subsidiado, por sua vez, pelo partido político que pretendia se eleger. Em uma das discussões entre o político e o padre podemos tirar algumas conclusões importantes. O padre questiona o programa de recuperação de criminosos da seguinte maneira: “Ele deixa de ser um malfeitor, mas deixa também de ser uma criatura capaz de escolhas morais”. Ao que o político responde: “Não estamos preocupados com motivos, com éticas elevadas, mas apenas com a diminuição da criminalidade. Ele será o seu verdadeiro cristão, pronto a oferecer a outra face...”
O raciocínio do padre é interessante, pois para alguém incapaz de manifestar qualquer parcela de agressividade não há também a liberdade de escolha que faria dele um sujeito. Ao ser impedido de fazer escolhas éticas, mais uma vez a subjetividade é anulada. Dito de outro modo: ao suprimir as pulsões agressivas, a pulsão de vida que responde pela possibilidade de relação e conexão com o mundo também fica prejudicada. A resposta do político, então, denuncia e corrobora mais ainda a não responsabilidade de um governo perverso, que desconsidera a toda a diferença possível em nome do poder.
Numa cultura em que a lei não é garantida a nível do simbólico resta a tentativa de restituir algum limite através da repressão intensa das pulsões, todavia, como a aniquilação total
“Eu estava curado mesmo”.